Existem vários fatores que podem ser desenvolvidos para facilitar o progresso no caminho da Yoga. Um deles, a regularidade (abhyasa), já foi abordado no artigo anterior. Agora, vamos a outro ponto chave que é a prática do desapego (vairagya).
No sutra 12 do capítulo I do Yoga Sutras, Patanjali diz:
“As alterações mentais são contidas pela prática (abhyasa) e desapego (vairagya).” (YS, 12.I)
A palavra Yoga vem do sânscrito “yuj” que significa harmonizar-se com a fonte de energia que nos dá vida. Num processo sistemático de treinamento do corpo e da mente, o yogi busca gradualmente atingir esse estado de união, livrando-se das barreiras criadas pela mente, e alcançando um estado de paz interior contínuo.
Para qualquer aspecto da vida que quisermos nos desenvolver, é necessário auto-esforço, disciplina e regularidade até alcançar a maestria. Se quisermos nos tornar bons médicos, precisamos de muitos anos de estudo, horas e mais horas, dias e mais dias, de constante empenho para dominar a técnica. Até para ser um bom ladrão, é necessário que se dedique e aprenda os meandros para não ser pego facilmente. Imagine, então, para o maior objetivo da vida, que é o conhecer plenamente a si mesmo, que pode vir através da prática sistemática de yoga.
Tudo aquilo que você é apegado, tudo o que você ama, tudo o que você conhece, um dia desaparecerá. Saber que o mundo é a sua mente que cria, joga e sofre é conhecido como discernimento. Discernir entre o real e o ilusório. O que é conhecidoé ilusório e isto vai e vem. Então permaneça com o Desconhecido, a Verdade que não muda. Tudo o que aparece e desaparece não é real e nenhum néctar virá disso. Então, não se apegue à isso. E uma vez que se desapega disso, não olhe para isso outra vez. Permaneça como a Eternidade em seu próprio Ser. (Papaji)