Em 1989, o Vaticano publicou documento contrário à ioga
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A aula, de uma hora, mistura preces, exercícios de respiração e posturas da hataioga. O objetivo do aluno é ser guiado para Deus enquanto se estica. Cindy e sua sócia, Robin Norsted, fizeram da idéia um negócio e hoje vendem o modelo Yogadevotion. 'Já ligou gente até do Japão interessada no nosso trabalho', comemora Cindy. Hoje, 16 igrejas oferecem a modalidade nos EUA, e as aulas são abertas a alunos de outras religiões.
Quando criada, a Yogadevotion recebeu críticas tanto dos praticantes que acham impossível uma tradição hindu ser cristã, como dos cristãos que vêem a ioga como algo místico. O próprio Vaticano tem uma posição contrária à prática. Em 1989, o então cardeal Joseph Ratzinger, hoje papa Bento XVI, assinou um documento que alerta para o perigo de confundir a sensação agradável propiciada pela modalidade com o bem-estar espiritual.
Para a iogue brasileira Márcia de Luca, fundadora do Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayurveda (Ciyma), em São Paulo, não há problema com o sincretismo. 'Ioga não é religião. Eu vejo essa ioga cristã como uma versão moderna da bhakti yoga, que tem como foco a devoção aos deuses do hinduísmo. A diferença é que o foco, nesse caso, é Jesus', acredita. 'O importante é que cada um encontre o melhor tipo de ioga para si próprio.'
Reprodução
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David Sprague/divulgação
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EXPANSÃO Criada pelas luteranas Cindy e Robin (à dir.), a Yogadevotion faz sucesso também entre católicos e metodistas
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Fonte: Época - Débora Rubin