A Kundalini é representada enrolada na espinha dorsal, dividida em suas duas polaridades, masculina e feminina, respectivamente chamadas Pingala e Ida. O canal nervoso que lhes serve de conduto é chamado sushumma pelos hindus. Um dos símbolos da kundalini ascendendo ao redor da espinha é o Caduceu de Hermes, o bastão sagrado do deus condutor dos mortos da Mitologia Grega, que da mesma forma que a vara de Asclépios, apresenta duas serpentes entrelaçadas. Os sumérios possuíam um símbolo idêntico. Os mitos que mostram uma cobra enrolada numa árvore, por sua vez, como a do Paraíso, também aludem a essa sagrada serpente. O mesmo se dá na iconografia medieval, que costuma representar o Cristo crucificado como uma serpente de bronze enroscada numa cruz, tal como as figuras de Abraham le Juif (Paris, Bibl. Nat. Ms. 14.765, século XVI), ou no poema místico traduzido por Rémy de Gourmont (Goul, 130).